30/05/2019

Como a pandemia pode afetar na alimentação dos mais velhos?

Como a pandemia pode afetar na alimentação dos mais velhos?

Uma publicação da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), traz um estudo feito pelo Institute for Healthcare Policy da Universidade de Michigan sobre o assunto. A pesquisa começou antes da pandemia, e tinha o intuito de entender os hábitos de compras de alimentos, como preparavam as refeições e, claro, o que efetivamente entrava no cardápio semanal, de 2.048 adultos entre 50 e 80 anos de idade de diversas regiões dos Estados Unidos da América. Os pesquisadores concluíram durante a pandemia que seria interessante comparar dados e realizaram a pesquisa novamente durante a quarentena.

“As medidas para conter a transmissão do novo coronavírus impactaram e, com certeza, continuarão impactando a forma, inclusive, como as pessoas compram alimentos. E, pelo visto, as pessoas precisarão de algum suporte ou acompanhamento para continuarem tendo hábitos saudáveis. Muitos dos bons hábitos talvez tenham se perdido nesse período”, explica a especialista em políticas públicas na área da saúde e integrante do time que realizou essa pesquisa, Julia Wolfson.

O resultado? Antes a maioria das pessoas acima de 50 anos costumava cozinhar suas refeições, metade deles colocava suas habilidades culinárias em ação na hora do jantar seis ou sete vezes por semana e apenas 5% tinham o hábito de usar apps para pedir comida. Com o confinamento por conta da Covid-19, as pessoas afirmaram que já não se alimentam de maneira tão equilibrada. Um em cada quatro entrevistados disseram estar isolados sozinhos ou que, mesmo acompanhados em casa, têm feito as refeições sem mais ninguém à mesa. 11% relataram que estão pedindo para entregarem fast-food três vezes por semana ou mais, o que pode aumentar demais o risco de ganho de peso.

Metade dos entrevistados tinham o hábito de jantar fora uma vez por, com os restaurantes fechados, claro, isso não foi mais possível. Talvez em parte pela falta que sentem de sair para comer em algum lugar, muitos indivíduos começaram a pedir comida desses restaurantes que costumam ir, só que com uma frequência duas ou três vezes maior. Porém essas pessoas não conseguem pedir os mesmos pratos que comiam no restaurante. Isso porque alguns estabelecimentos, nesse período, oferecem menos opções. “E, infelizmente, as versões reduzidas de cardápio muitas vezes privilegiam preparações mais rápidas, mais calóricas e menos equilibradas”, informa Julia Wolfson.

Mesmo o estudo sendo aplicado nos EUA, é interessante tentar aplicar a realidade brasileira. Como será que os idosos brasileiros estão se alimentando durante o isolamento?

E como será depois?

Os pesquisadores de Michigan apontam que, mesmo que os números da pandemia diminuam, ainda passaremos por um longo período em que a população mais velha terá de ficar mais isolada e tomando cuidando redobrado para não pegar a covid-19. Por isso, entre julho e agosto, devem ser feitas novas entrevistas com os participantes para ver se, ao menos no que diz respeito à alimentação, alguma coisa dará sinais de voltar a ser como antes.

Quer saber mais do estudo? http://www.healthyagingpoll.org

As informações foram retiradas do link: https://abeso.org.br/como-a-pandemia-esta-afetando-a-alimentacao-dos-mais-velhos/

Fonte: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e Institute for Healthcare Policy da Universidade de Michigan