O mundo passa por uma pandemia devido a Covid-19, doença causada pelo Coronavírus. Vários Estados no Brasil já decretaram distanciamento social da população, incluindo Santa Catarina. Isso implica em uma quarentena para milhares de pessoas que, por recomendação devem se manter em casa. Este fato é inédito e isso leva a população a enfrentar situações diárias de uma forma diferente de antes. A psicanalista da Clínica Mova, Ana Paula Gramacho, explica que é necessário estar mentalmente disponível para a conversa com o outro, seja o filho, pai, mãe, esposa, professor e etc.

“A possibilidade de conversa é um recurso que temos como aliado para nossa saúde mental. A conversa implica em uma escuta do outro, um acolhimento, ainda que sejam pensamentos divergentes, e uma resposta que possa ir na direção de fazer pensar ou simplesmente dar lugar a angústia do outro e suportar juntos os momentos desafiadores”, completa a profissional.

Por conta desse momento traumático é possível que traumas já existentes possam ter seus sintomas ativados. “Distúrbios como o alimentar, podem ter os sintomas despertados, por esse ser um momento intenso e rápido. Não tivemos condições nem psíquicas, nem físicas de conter o episódio”, comenta a psicanalista da Clínica. Segundo ela, é importante nesta situação ter alguém como referência, seja um profissional, familiar ou amigo de confiança. “Alguém para poder ajudar a diferenciar o que está acontecendo. Ou seja, ajudar a diferenciar o que é da ordem do real e da ordem do sintoma”.

Para o momento de pandemia é importante ressaltar os sinais que o corpo da quando a condição psicológica não vai bem. “Palpitações, dores inexplicáveis, ansiedade, raiva intensa, querer ficar culpando o outro, enfim, sinais que colocam o sujeito em uma angústia insuportável que será e precisará ser denunciada por alguém de sua convivência, para que assim possa obter ajuda”, pontua Ana Paula. Então, em família, aproveite o momento e converse, jogue, brinque, para poder reinventar todos os dias o novo dia a dia.